Estudo da USP mostra riscos à saúde de crianças que dormem menos de 6 horas

Estudo da USP mostra riscos à saúde de crianças que dormem menos de 6 horas
Foto: Divulgação / Pexel

Crianças entre cinco e sete anos de idade que dormem menos de seis horas por noite têm mais chances de desenvolver problemas cognitivos, comportamentais, doenças do coração e obesidade. Além disso, a restrição de sono e o excesso de gordura corporal podem ser um gatilho para o desenvolvimento de doenças inflamatórias.

É o que sugerem resultados de pesquisa realizada na FSP (Faculdade de Saúde Pública) da USP, que envolveu 199 crianças, alunos de escolas públicas e particulares de São Paulo e Fortaleza (CE). O estudo usou como referência o tempo de sono recomendado por faixa etária da National Sleep Foundation, organização norte-americana sem fins lucrativos que promove a compreensão pública sobre os distúrbios do sono.

O objetivo principal do estudo foi investigar a associação entre sono e perfil inflamatório, mediada pela circunferência da cintura em crianças. Foram avaliados o tempo de sono, amostras de sangue e a média da circunferência abdominal. Com os dados em mãos, a pesquisadora realizou análises descritivas, de associação e, adicionalmente, construiu um modelo teórico para avaliar esses parâmetros.

As crianças tinham, em média, 5,72 horas (h) de tempo de sono e 59,61 centímetros (cm) de cintura.

Estudos prévios sugerem que a qualidade do sono e a hora irregular de dormir das crianças contribuem para o surgimento de problemas como cognição prejudicada, dificuldades comportamentais (agressão e dificuldades para controlar a emoção), redução de desempenho acadêmico e maior risco de desenvolver obesidade.

Já o excesso de peso altera as funções do sistema imunológico e gera processos inflamatórios crônicos, que desempenham um papel fundamental na mediação dos estágios de arterosclerose (acúmulo de placas de gordura no sangue).

Estudos também indicam que o risco de desenvolver síndromes coronarianas agudas e outras complicações é definido, em parte, por altos níveis de proteína C-Reativa, uma substância produzida pelo fígado que costuma ter seus níveis aumentados quando o paciente está passando por processos inflamatórios ou infecciosos.

Fonte: UOL

Link: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/02/04/estudo-da-usp-mostra-como-a-restricao-de-sono-afeta-a-saude-de-criancas.htm