Justiça aceita pedido de recuperação judicial das Lojas Americanas

Caso seja aprovado, o pedido será o 4º maior do país, atrás somente da Odebrecht, Oi e Samarco.

Justiça aceita pedido de recuperação judicial das Lojas Americanas
Unidade das Lojas Americanas, em Sorocaba (SP), fechada após expediente — Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1

O juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio, aceitou o pedido de recuperação judicial das Americanas. Ele deu prazo de 48 horas para que a empresa apresente a lista completa de credores e a discriminação do passivo. A empresa declarou dívidas de R$ 43 bilhões com um total de cerca de 16.300 credores. Até o terceiro trimestre de 2022 (dado do último balanço financeiro), a empresa informava um endividamento bruto de R$ 19,3 bilhões.

A administração judicial será exercida por Bruno Rezende, da Preserva-Ação Administração Judicial. Pela manhã, a empresa tinha revelado estar com apenas R$ 800 milhões em caixa, dos quais "parcela significativa" estava "injustificadamente indisponível para movimentação”.

O juiz também determina a intimação para que os bancos cumpram a decisão cautelar do dia 13, que suspendeu a possibilidade de cobrança de dívidas da empresa pelo prazo de 30 dias. As Americanas alegam que os bancos Votorantim, Bradesco, Safra e Itaú não cumpriram a medida, e fizeram compensações em contas correntes da varejista. Segundo a decisão de hoje, a varejista deverá usar os recursos exclusivamente para o fluxo de caixa de sua atividade empresarial.

Diversos credores da empresa recorreram à Justiça contra a liminar. Somente o BTG Pactual obteve decisão favorável até o momento. Pela manhã, a empresa tinha revelado estar com apenas R$ 800 milhões em caixa, dos quais "parcela significativa" estava "injustificadamente indisponível para movimentação". 

A empresa terá agora 60 dias para apresentar o seu plano de recuperação judicial e para demonstrar a sua viabilidade econômica, e conseguir a aprovação dos credores. A recuperação judicial é um instrumento jurídico que tem como objetivo dar fôlego para uma empresa se recuperar de uma situação financeira difícil e evitar a falência. Para justificar o pedido de recuperação judicial, a empresa argumentou que sem a proteção contra credores há risco de 'absoluto aniquilamento do fluxo de caixa' do grupo, o que impedirá o pagamento de fornecedores e funcionários. A empresa afirma manter mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, e reunir 3.600 estabelecimentos no país.

O escândalo contábil da Americanas começou na semana passada, quando a empresa informou que havia descoberto "inconsistências em lançamentos contábeis" no valor de R$ 20 bilhões. Com isso, o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, decidiram deixar a companhia, menos de dez dias após serem empossados. Desde então, a companhia viu as ações derreterem na bolsa de valores brasileira, perdendo mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias.

Fonte: UOL

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