Câncer cerebral que vitimou Glória Maria mata oito em cada dez pacientes; conheça os sintomas

Jornalista sofreu metástase no cérebro após ser diagnosticada com um tumor maligno no pulmão em 2019

Câncer cerebral que vitimou Glória Maria mata oito em cada dez pacientes; conheça os sintomas
Glória Maria passou por tratamentos de câncer desde 2019. - Foto: Reprodução/Instagram

Na manhã desta quinta-feira (2), foi anunciada a morte da jornalista Glória Maria. Nos últimos anos, ela passou por uma série de tratamentos devido a um câncer pulmonar, em 2019, que culminou uma metástase cerebral. Embora tenha retirado o tumor do cérebro, a doença retornou em 2022.

 

Glória Maria manteve o tratamento imunoterápico durante esse período, até que, nos últimos dias, as medicações pararam de fazer efeito, conforme nota emitida pela assessoria de imprensa da Rede Globo, onde ela trabalhava. Apesar das circunstâncias, a causa da morte não foi revelada.

 

De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurugia Oncológica), são registrados, anualmente, 11 mil novos casos, sendo considerado o décimo câncer mais comum do país, quando excluídos os cânceres de pele. Do total de pacientes, cerca de nove mil pessoas no país morrem em decorrência da doença, o correspondente a 84% dos casos.

Descrito pelo Inca como um câncer do sistema nervoso central, os tumores cerebrais podem ser classificados em primários, tendo origem nas próprias células cerebrais, ou secundários, quando surgem de metástases à distância, com células tumorais originadas em outros órgãos –  comumente nas mamas, rim ou pulmão, como foi o caso da comunicadora. 

Segundo o oncologista Carlos Henrique Teixeira, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, casos como o de Glória, em que há o câncer primário no pulmão, com metástase para o cérebro, não apenas são frequentes, como, muitas vezes, o câncer metástico é descoberto primeiro e auxilia na descoberta do tumor originário. Ele afirma que, caso o câncer cerebral seja primário, fatores como exposição à radiação podem representar risco.

Mais comuns, os tumores metastáticos, por serem muito associados ao câncer pulmonar, o risco está associado ao uso de cigarros, a poluição ambiental e compostos químicos, como é o caso de trabalhadores que ficam expostos à fumaças originadas na indústria ou cozinhas industriais. 

Sintomas

Entre os principais sintomas, o especialista destaca que, para pacientes que não têm dores de cabeça crônica ou enxaqueca diagnosticados, e passam a sentir o incômodo de maneira contínua por duas semanas, e que não passa com medicamentos, é necessário investigar.

 

Outros índicios podem variar conforme a área do cérebro que for afetada, como a fala, perda de sensibilidade e/ou função motora, perda de visão, convulsões, sangramentos – que podem originar um AVC (acidente vascular cerebral) – distúrbios de humor e vômitos ocasionados pela hipertensão intracraniana.

 

O médico avalia que o diagnóstico precoce de cânceres primários pode ser fundamental para evitar que a doença se espalhe para outros órgãos. O tratamento do câncer cerebral deve ser avaliado de acordo com o tipo do tumor. Casos como o de Glória Maria exigem a combinação dos tratamentos entre ambos os cancros.

 

"O câncer no cérebro exige extremo cuidado, pois, por se tratar de um dos órgãos mais importantes, pode interferir em todo resto do corpo. Dependendo do tamanho da lesão, se ela for pequena, pode haver a intevenção cirúrgica para eliminá-la, apresentando, em sua maioria, bons resultados a longo prazo. Já outras neoplasias mais complexas podem necessitar de tratamentos combinados da cirurgia com imunoterapias, ou apenas da segunda opção", alega o oncologista.

 

Teixeira cita que o tratamento imunoterápico costuma trazer bons efeitos a longo prazo, podendo trazer controle à doença e até mesmo evitar a reinscidência.

 

Entretanto, nem sempre a imunoterapia após a cirurgia é recomendada, como foi o caso da jornalista, podendo haver a combinaçlão de remédios via oral.

 

O médico comenta, ainda, que "assim como Glória Maria, cânceres de pulmão com metástase, hoje em dia, oferecem uma grande sobrevida ao paciente, com uma média de cinco anos. De 10 a 15 anos atrás, os pacientes com diagnósticos parecidos tinham cerca de 12 meses de sobrevida. Hoje é possível oferecer um tratamento que preserva a capacidade de trabalho da pessoa, com bons resultados e manutenção satisfatória da doença".

Fonte: R7

Link: https://noticias.r7.com/saude/cancer-cerebral-que-vitimou-gloria-maria-mata-oito-em-cada-dez-pacientes-conheca-os-sintomas-02022023