Novo PAC: Lula lança programa nesta sexta, e governo prevê investir R$ 60 bi por ano

Iniciativa contemplará projetos em 7 áreas. Recursos públicos, parcerias público-privadas e concessões devem abastecer programa; rodadas anteriores gastaram mais de R$ 666 bi.

Novo PAC: Lula lança programa nesta sexta, e governo prevê investir R$ 60 bi por ano
O presidente Lula conversa com a ministra Dilma Rousseff durante evento do PAC em 2008. PAC foi marca histórica do PT - Gustavo Miranda/Agência Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança, em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (11) o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A iniciativa prevê R$ 60 bilhões em investimentos federais por ano.

 

O programa contemplará retomada de obras paradas, aceleração de obras em andamento e novos empreendimentos. Os projetos serão divididos em sete grandes áreas:

 

- transportes

- infraestrutura urbana

- água para todos

- inclusão digital e conectividade

- transição e segurança energética

- infraestrutura social

- e defesa

 

Criado em 2007, no início do segundo mandato de Lula, o PAC se tornou marca das gestões petistas, reunindo obras de infraestrutura e programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida. Os resultados impulsionaram a eleição de Dilma Rousseff (PT), então ministra responsável pelo projeto.

 

A iniciativa foi descontinuada pelos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Após a eleição de Lula para um terceiro mandato, ainda na transição de governo, uma nova versão começou a ser gestada.

 

No Novo PAC, além de recursos do Orçamento da União, parlamentares que participaram de reuniões para discutir o programa afirmam que o Planalto planeja somar investimentos da Petrobras e de parcerias público-privadas.

 

Com a estatal investindo de cerca de R$ 300 bilhões em quatro anos, somados ao aporte privado, o total investido no programa poderá alcançar a marca de R$ 1 trilhão até 2026.

 

Nas edições anteriores do PAC, o governo gastou R$ 666,5 bilhões, em valores atualizados pela inflação até junho deste ano.

 
Apesar dos altos valores de investimento, o PAC teve baixa execução de obras.

 

Um relatório do TCU de 2019 aponta que o PAC 1 (2007 a 2010) concluiu somente cerca de 9% das ações previstas no período. Já o PAC 2 (2011 a 2014) entregou 26% das medidas previstas.

 

Especialistas ouvidos pelo g1 apontam erros de planejamento e de definição dos projetos nas gestões Lula e Dilma.

 

Segundo a economista e professora da FGV Carla Beni, a gestão de Dilma absorveu projetos não concluídos pela rodada do programa lançado por Lula.

 

"O PAC 2 foi, na verdade, um requentado, digamos assim, do próprio PAC 1, porque várias obras tiveram atraso de projeto. Então, como não foi concluída [ou] foi concluído muito pouco, você acabou criando o PAC 2”, disse.

 

O sócio fundador da Inter.B Consultoria, Cláudio Frischtak, avaliou que falta “racionalidade aos investimentos em infraestrutura no país”.

 

Frischtak acrescenta que o Brasil investe “pouco e mal” em infraestrutura. Segundo dados da consultoria, nas últimas duas décadas, o país investiu cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Autor: G1

Link: https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/08/11/novo-pac-lula-lanca-programa-nesta-sexta-e-governo-preve-investir-r-60-bi-por-ano.ghtml