Queda do preço do gás de cozinha nas refinarias não está chegando aos consumidores na mesma proporção

A Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, notificou o sindicato que representa as distribuidoras para dar explicações sobre os preços praticados A queda do preço do gás de cozinha nas refinarias não está chegando aos consumidores na mesma proporção.

Queda do preço do gás de cozinha nas refinarias não está chegando aos consumidores na mesma proporção
Foto - Marcello Casal / Agência Brasil

A dona de casa Luciana Tavares conta que, no ano passado, pagava R$ 105 pelo botijão e que, agora, o preço do gás baixou um pouco - está R$ 100 -, mas continua ainda muito caro para quem, como ela, está desempregada e com marido doente em casa.

 

"Pesa, porque, às vezes, a gente têm que comprar uma comida. Já não vai comprar comida porque acabou o gás. Então, já abre mão de uma comida. Entendeu?", lamenta ela.

Nos últimos 12 meses, o preço do gás de cozinha vendido pela Petrobras às distribuidoras teve uma queda de 40%. Em junho de 2022, elas pagavam quase R$ 55 reais à estatal pelo botijão de 13 kg. A Petrobras promoveu cinco reduções em sequênciae, desde o dia 17 de maio, o valor permanece em R$ 32,96.

 

Os consumidores também estão pagando menos pelo gás de cozinha. O preço médio do botijão vendido no Brasil caiu de R$ 112,50, em junho de 2022, para R$ 103,55 - uma queda de 8%. Mas é uma redução muito menor que a recebida pelas distribuidoras no mesmo período.

 

Um gráfico da Petrobras mostra que o preço cobrado pela estatal representa 31,8% do valor do botijão; o imposto, 15%; enquanto a distribuição e revenda ficam com mais da metade do valor cobrado pelo gás de cozinha.

  

A Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, notificou o Sindigás, sindicato que representa as distribuidoras, para dar explicações sobre os preços praticados. Isso porque um estudo do governo mostrou que as distribuidoras e revendedoras de gás de cozinha não estão repassando a queda dos preços aos consumidores.

 

"Nós sabemos que, no setor de combustível, o que predomina é a livre concorrência. Não estamos duvidando disso nem querendo modificar isso; isso é a lei. Nós pedimos explicações por que a redução não chegou aos consumidores", afirma o secretário Wadih Damous.

O sindicato respondeu que representa empresas que atuam em regime de livre concorrência e ampla rivalidade, mas não tem qualquer relação com as mais de 60 mil revendedoras do produto.

 

O secretário Wadih Damos considerou a resposta insuficiente e disse que o governo estuda multar as distribuidoras se ficar provado que elas estão cobrando preços abusivos dos consumidores.

 

Autor: G1

Link: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/06/22/queda-do-preco-do-gas-de-cozinha-nas-refinarias-nao-esta-chegando-aos-consumidores-na-mesma-proporcao.ghtml