Trump é condenado por abuso sexual e difamação contra E. Jean Carroll nos Estados Unidos

Ele foi condenado a pagar cerca de US$ 5 milhões em danos compensatórios e punitivos

Trump é condenado por abuso sexual e difamação contra E. Jean Carroll nos Estados Unidos
Trump terá que pagar o total de US$ 5 milhões a Carroll, sendo US$ 2 milhões por danos causados pelo abuso e US$ 3 milhões por difamação. - Foto: Reprodução/ Palácio do Planalto

Um júri federal em Manhattan chegou a um veredicto no julgamento de agressão civil e difamação contra Donald Trump apresentado pela escritora e jornalista E. Jean Carroll. Trump foi condenado por abuso sexual e difamação e deverá pagar cerca de US$ 5 milhões em danos compensatórios e punitivos.

 

Carroll alega que Trump a estuprou em meados da década de 1990, e depois a difamou anos depois, quando ela tornou as acusações públicas.

 

Trump, que nega as acusações, não se defendeu e acabou optando por não testemunhar. O ex-presidente disse que Carroll “não fazia seu tipo” e sugeriu que ela estava inventando a história para aumentar as vendas de seu livro.

 

Os jurados deliberaram para decidir se as ações de Trump configuravam estupro, abuso sexual ou toque forçado, qualquer um dos três se enquadraria na alegação de agressão de Carroll. Eles não consideraram que as provas configuravam estupro, e decidiram condená-lo por abuso sexual.

 

Eles foram questionados separadamente sobre o processo de difamação.

 

Por se tratar de um caso civil, Trump não enfrenta consequências criminais. Carroll buscava compensação monetária não especificada.

 

O caso

O julgamento também contou com o testemunho de duas mulheres que disseram que Trump as agrediu sexualmente décadas atrás.

 

A ex-repórter da revista People Natasha Stoynoffdisse aos jurados que Trump a encurralou em seu clube Mar-a-Lago na Flórida em 2005 e a beijou à força por “alguns minutos” até que um mordomo interrompeu a suposta agressão. Outra mulher, Jessica Leeds, testemunhou que Trump a beijou, apalpou e colocou a mão em sua saia em um vooem 1979.

 

Os jurados também ouviram trechos de um vídeo “Access Hollywood” de 2005, no qual Trump diz que as mulheres o deixam agarrá-las. “Historicamente, isso é verdade, com estrelas… se você olhar para os últimos milhões de anos”, disse Trump em um depoimento em vídeo de outubro de 2022 reproduzido no tribunal. Ele negou repetidamente as acusações de má conduta sexual.

 

A advogada de Carroll, Roberta Kaplan, disse aos jurados durante as alegações finais na segunda-feira que o vídeo de 2005 era prova de que Trump havia agredido Carroll e outras mulheres.

  

Carroll disse que ela esbarrou em Trump na loja Bergdorf’s enquanto ele estava comprando um presente para outra mulher. Carroll disse que concordou em ajudar Trump a escolher um presente e os dois olharam uma lingerie antes que ele a persuadisse a ir a um camarim, batesse a cabeça dela contra a parede e a estuprasse.

 

Ela testemunhou que não conseguia se lembrar da data ou ano exato em que ocorreu o suposto estupro.

 

Carroll enfrentou perguntas da equipe jurídica de Trump atacando a plausibilidade de sua acusação, e questionamentos do por quê ela nunca relatou o assunto à polícia ou gritou durante o suposto incidente.

 

Dois amigos de Carroll disseram que ela contou a eles sobre o suposto estupro na época, mas os fez jurar segredo porque temia que Trump usasse sua fama e riqueza para retaliar contra ela.

 

Ela disse aos jurados que decidiu quebrar o silêncio em 2017, depois que acusações de estupro contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein levaram dezenas de mulheres a apresentar relatos de violência sexual por parte de homens poderosos. Ela tornou sua acusação pública enquanto Trump ainda era presidente.

 

Autor: CNN Brasil/Reuters

Link: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/trump-e-condenado-por-abuso-sexual-contra-e-jean-carroll-nos-estados-unidos/