Dólar sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,08, perto da máxima do dia

A moeda norte-americana avançou 2,21%, cotada a R$ 5,0860, na 3ª alta consecutiva e na maior variação positiva desde novembro.

Dólar sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,08, perto da máxima do dia
Foto: ADRIANA TOFFETTI/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O dólar fechou a sessão desta quarta-feira (19) em forte alta e voltou a superar os R$ 5. Investidores passaram o dia repercutindo os detalhes e desafios do arcabouço fiscal, que na véspera foi enviado pelo Ministério da Fazenda ao Congresso Nacional brasileiro.

 

Além disso, a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos e na Europa também influenciou nas cotações do dólar por aqui.

 

Ao final do pregão, a moeda norte-americana avançou 2,21%, cotada a R$ 5,0860. Foi a maior variação positiva desde novembro. Na máxima do dia, foi a R$ 5,0865. Veja mais cotações.

 

Na mesma linha, o Ibovespa também foi influenciado pela maior aversão ao risco e caiu mais de 2% na sessão, de volta aos 103 mil pontos.

  

Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,81%, cotado a R$ 4,9760.

O que está mexendo com os mercados?

No Brasil, o grande destaque do dia ficou com a avaliação dos detalhes do novo arcabouço fiscal, entregue nesta terça-feira (18) ao Congresso Nacional.

 

O projeto de lei do governo elenca uma série de despesas que não serão enquadradas nos limites das novas regras. Também traz mais detalhes sobre as metas de resultado e explica o que acontece caso essas metas não sejam cumpridas. O g1 preparou uma reportagem com todos os pontos.

 

O mercado tem recalculado as rotas sobre o arcabouço ao perceber que a regra tem alta dependência de aumento de receitas e ao notar dificuldades que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pode enfrentar para elevar a arrecadação.

 

E no exterior?

Já no mercado internacional, as atenções continuaram voltadas para a probabilidade de altas nos juros de economias desenvolvidas depois de resultados de inflação na Europa e expectativa por dados econômicos nos Estados Unidos.

 

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) divulgou nesta quarta-feira o Livro Bege, relatório com a visão da entidade sobre as condições econômicas correntes. A conclusão foi de que a atividade econômica dos EUA mudou pouco nas últimas semanas, com moderação leve no crescimento do emprego e aparente desaceleração dos aumentos de preços.

 

Já a inflação na zona do euro diminuiu no mês passado, mas as leituras subjacentes permaneceram altas, disse a Eurostat. A taxa caiu de 8,5% para 6,9% na janela anual, principalmente devido a uma rápida queda nos custos de energia, já que os preços do gás natural continuam caindo após o salto de um ano atrás com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

 

Mas autoridades do Banco Central Europeu (BCE) agora estão preocupadas com o fato de que os altos custos da energia tenham se infiltrado na economia em geral. As leituras do núcleo persistentemente altas são o motivo pelo qual a maioria das autoridades do BCE já disse que as taxas de juros precisarão continuar subindo, apesar do recorde de 350 pontos-base de alta desde julho passado.

 

No Reino Unido, a inflação registrou desaceleração menor do que o esperado, fazendo o país ser o único da Europa Ocidental com inflação de dois dígitos em março. A taxa caiu para uma taxa anual de 10,1%, disse o Escritório Nacional de Estatísticas, abaixo dos 10,4% em fevereiro, mas bem acima dos 9,8% previstos por economistas consultados pela Reuters.

 

A inflação, que atingiu um pico em 41 anos de 11,1% em outubro, continua a corroer o poder de compra dos trabalhadores, cujos salários estão subindo menos. O resultado reforça as apostas de que o Banco da Inglaterra aumentará a taxa de juros novamente em maio.

Autor: G1

Link: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/04/19/dolar.ghtml