Pacto no vestiário vira fio de esperança para Inter manter Mano Menezes e reagir no Gre-Nal
Afundado na crise, Colorado tenta encontrar solução para acabar com a sequência de cinco jogos sem vencer. Técnico só permaneceu após 2 a 0 para o América-MG por conta de reunião
A ampulheta de Mano Menezes está com cada vez menos areia por cair. E só ficou com poucos grãos de areia ainda por escorrer em razão de uma reunião. Após a derrota por 2 a 0 para o América-MG, o técnico reuniu jogadores e direção no vestiário do Independência e ganhou uma sobrevida. A, situação, todavia, está clara. Ou a resposta aparece no Gre-Nal 439, marcado para o domingo na Arena, ou a mudança se desenha.
"Cargo de treinador sempre está à disposição, não precisa ser colocado. O Mano sabe disso", disse Alessandro Barcellos, presidente do Inter
"É um momento que precisamos ter entre nós esse compromisso. Independe de jogo A, B ou C, mas depende, sim, da próxima partida, sendo ela um clássico. A gente conversou e vai trabalhar nesses três dias para que possamos ter resultado, além de uma apresentação melhor".
Após mais uma frustração, com a quarta derrota consecutiva, todas pelo mesmo placar, e o quinto jogo sem vencer, os colorados se fecharam ainda no palco do jogo. Era o momento de uma conversa séria para combater a crise instaurada.
Jogadores, comissão técnica e diretoria firmaram uma espécie de pacto para modificar o cenário atual. Ficou claro, porém, que se não houver uma reação no domingo, a situação caminha para a troca.
Mano assegurou que permanece até o domingo. Porém, foi sincero. Só não rompeu a relação em razão do que ouviu e sentiu dos comandados. Houve um voto de confiança mútuo para tentar encontrar uma solução nos próximos dias.
— Vai haver mudanças de comportamento e forma de encarar. Temos um classico no domingo. Nunca é bom fazer avaliações de cabeça quente, mas hoje era preciso para aproveitar o momento de indginação. Mudar postura e atitude: esse compromisso tinha que ser assumido por todos. Se não, teríamos que mudar outras questões — destacou Barcellos.
- Caso não sentisse algo positivo, não estaria aqui falando como treinador do Inter - declarou Mano.
Mano em 2023
25 partidas
10 vitórias
9 empates
6 derrotas
35 gols pró
26 gols contra
52% de aproveitamento
O discurso do vestiário é um misto de indignação e abatimento. Também pudera. O time acumula insucessos e não apresentou em 2023 nenhum indício de ter encontrado o caminho para uma temporada de brilho.
O desempenho deixa Mano ainda mais exposto. O time já perdeu seis partidas no ano em 25 partidas. Uma a mais que no ano passado com o treinador, quando comandou o time em 44 jogos. São quatro derrotas seguidas.
A última delas para um time modificado do América-MG. O Inter sofreu com o que seria um gol de Mauricio e se tornou uma expulsão de Alan Patrick, centro do time. O VAR recomendou revisão da jogada do gol, na qual o camisa 10 cometeu falta. Levou o segundo amarelo e foi expulso. Os dois gols de pênalti na reta final da partida, o segundo com a expulsão de Bustos, são apenas detalhes sórdidos.
Nos corredores do Beira-Rio, a contestação que já existia, cresce. Entretanto, se admite que as opções no mercado são restritas. Nas redes sociais, o incômodo com o trabalho do técnico reverbera.
Mano precisa contrariar o cenário. Resta saber como. O time, que nada ofereceu em 137 dias, tem três para um recomeço. E de cara contra o maior rival em um palco inóspito, onde venceu só duas vezes na história. Tic-tac, tic-tac...
Autor: Globo Esporte