Presidente da Petrobras diz que paridade internacional ‘deixa de ser único parâmetro’ para preços
Jean Paul Prates também afirmou que ‘PPI é abstração’, defendeu mudanças na política de dividendos e ressaltou que ‘não está havendo nenhum grau de intervencionismo’
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu, nesta quinta-feira, 2, mudanças na política de preços e de dividendos da estatal. Em sua primeira coletiva de imprensa desde que assumiu o cargo, o ex-senador fez críticas à política de preços de paridade de importação para combustíveis (PPI), afirmou que a empresa estatal pratica preços competitivos para garantir sua fatia de mercado, e ressaltou que o PPI deixará de ser o “único parâmetro” para os preços que serão cobrados.
“Para a Petrobras, PPI deixa de ser único parâmetro. Vamos passar por discussão. Toda a empresa faz isso. O PPI vai estar em vigor para o importador e para quem quiser importar. Quem era interventor era o governo anterior. O importador é meu competidor. Me obrigar a praticar o preço do concorrente não faz sentido”, disse.
Na coletiva, Jean Paul Prates ainda comentou os megadividendos anunciados que serão distribuídos pela empresa, na casa de R$ 29 bilhões. Segundo ele, a Petrobras conta com uma regra escrita de distribuir trimestralmente 60% do lucro de caixa líquido e que a empresa pretende cumprir a regra.
Em outro momento, o presidente da estatal também anunciou que a companhia irá focar suas estratégias futuras em uma transição energética com o objetivo de reduzir progressivamente a pegada de carbono da companhia. Um planejamento estratégico detalhado será apresentados em momento oportuno.
“Vamos promover uma transição energética que não deixa ninguém para trás. Não pode deixar na mão a parte mais pobre da pirâmide, enquanto uma minoria fica mais rica. Devemos distribuir riqueza. Vamos investir principalmente em energia eólica e nas off shores. A Petrobras vai desbravar essas opções nos próximos anos de forma responsável e buscando parceiras com os maiores players do setor para implementar a descarbonização das operações e a economia de baixo carbono. A produção de óleo e gás ainda vai ser necessária para promover energia para o planeta. A produção do petróleo não vai desaparecer de uma hora para outra, mas a Petrobras não se furtará de investir em novas fronteiras. Queremos ser protagonistas da economia de baixo carbono”, afirmou.
Autor: Jovem Pan