Ucrânia diz que plano de Putin de posicionar armas nucleares desestabilizará Belarus
Esta pode ser a primeira vez desde meados da década de 1990 que a Rússia deixará armas do tipo fora do país
Um alto conselheiro de segurança do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste domingo (26) que os planos russos de posicionar armas nucleares táticas em Belarus desestabilizariam o país vizinho, que ele pontuou ter sido feito “refém” por Moscou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou a decisão no sábado (25), enviando um alerta à Otan sobre seu apoio militar à Ucrânia e aumentando o impasse com o Ocidente. Embora o movimento não tenha sido inesperado e Putin tenha dito que não violaria as promessas de não proliferação nuclear, é um dos sinais nucleares mais pronunciados da Rússia desde o início de sua invasão contra a Ucrânia, 13 meses atrás.
Oleksiy Danilov, chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, chamou isso de “um passo em direção à desestabilização interna do país”, acrescentando que maximiza o que chamou de nível de “percepção negativa e rejeição pública” da Rússia e de Putin na sociedade belorussa.
“O (K)remlin tomou Belarus como refém nuclear”, escreveu no Twitter.
Putin comparou seus planos com os Estados Unidos posicionando suas armas na Europa e disse que a Rússia não transferiria o controle dos equipamentos para Belarus. No entanto, esta pode ser a primeira vez desde meados da década de 1990 que a Rússia estará deixando tais armas fora do país.
Os EUA, a outra superpotência nuclear do mundo, minimizaram as preocupações sobre o anúncio de Putin e o potencial de Moscou usar armas nucleares na guerra na Ucrânia.
“Não vimos nenhuma razão para ajustar nossa própria postura nuclear estratégica nem quaisquer indícios de que a Rússia esteja se preparando para usar uma arma nuclear. Continuamos comprometidos com a defesa coletiva da aliança da Otan”, observou um alto funcionário do governo americano.
Embora o exército belarusso não tenha lutado formalmente na Ucrânia, os países têm uma estreita relação militar. Belarus permitiu que Moscou usasse seu território para enviar tropas à Ucrânia no ano passado e as duas nações intensificaram o treinamento militar conjunto.
Autor: CNN