Evento reúne Bolsonaro, Trump e Bannon nos EUA

Ex-presidente discursa em conferência de ultraconservadores americanos. À DW, Bannon critica a saída de Bolsonaro do Brasil pouco antes da posse de Lula e diz que recomendou a sua permanência no país.

Evento reúne Bolsonaro, Trump e Bannon nos EUA
Bolsonaro 2026: Ex-presidente do Brasil afirma que sua missão ainda não acabou, durante conferência conservadora nos EUA. - Foto: Reuters/Evelyn Hockstein

Três meses após ter deixado o Brasil para não ter que passar a faixa presidencial, Jair Bolsonaro finalmente ficou frente a frente com o ex-presidente americano Donald Trump. O brasileiro participou neste sábado (04/03) da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Washington, que reuniu os principais nomes da extrema direita dos Estados Unidos.

 

Em seu discurso, Bolsonaro vocalizou novamente a incredulidade por ter sido superado, no voto popular, por um adversário. "Com certeza, sou o ex mais amado do Brasil", disse numa fala que era ilustrada por imagens dele com apoiadores em motociatas e nas conversas no ‘cercadinho' do Planalto.

 

"Se olhar as imagens, tive muito mais apoio em 2022 que em 2018. Não sei porque os números mostram o contrário", questionou outra vez Bolsonaro. Em seu discurso de pouco mais de 20 minutos, o ex-presidente afirmou ter uma relação "excepcional" com Trump e destacou: "Fui o último presidente do mundo a reconhecer os resultados da eleição dos Estados Unidos".

 

Além de Bolsonaro e do próprio Trump, que encerrou o evento com uma fala de 1h45, a CPAC também contou com uma das principais figuras da extrema direita mundial ligada ao ex-presidente dos EUA: o ideólogo Steve Bannon.

 

Condenado a quatro meses de prisão pela Justiça americana por não cooperar com a investigação aos ataques do Capitólio, Bannon foi um dos principais motivadores da tentativa de golpe nos EUA após a derrota de Trump para o democrata Joe Biden, em 2020, que culminou com a invasão do Capitólio. Ele aguarda o fim do processo em liberdade.

 

Nos bastidores da CPAC, Bannon criticou a atitude de Bolsonaro de deixar o Brasil antes da posse de Lula. "Recomendei fortemente para que o presidente Bolsonaro não saísse do Brasil", disse o extremista à DW, voltando a repetir argumentos infundados sobre a eficiência das urnas eletrônicas.

 

"Minha recomendação foi para que ele [Bolsonaro] ficasse e lutasse com eles. Não acho que Lula deveria assumir [a presidência]", complementou, chamando o atual presidente brasileiro de "comunista" e o acusando de ter "envolvimento com o Partido Comunista Chinês".

 

A suposta ameaça comunista, inclusive, foi um dos principais motes do evento, junto com o descrédito das urnas. Em diversos painéis e discursos, participantes da cúpula foram praticamente uníssonos ao chamar o atual presidente americano, o democrata Joe Biden, de "comunista", "socialista", "globalista" ou mesmo "marxista".

 

Autor: Made for Minds

Link: https://www.dw.com/pt-br/evento-re%C3%BAne-bolsonaro-trump-e-bannon-nos-eua/a-64890037