Manifestantes e policiais entram em confronto na França pelo sexto dia contra Reforma da Previdência

Presidente francês, Emmanuel Macron, pretende usar uma entrevista na TV na quarta-feira, 22, para ‘acalmar as coisas’ e planejar mudanças para o restante de seu mandato

Manifestantes e policiais entram em confronto na França pelo sexto dia contra Reforma da Previdência
França registra sexto dia de manifestação após aprovação da reforma da previdência. - Foto: Frederick Florin / AFP

Pelo sexto dia seguido, manifestantes saíram às ruas da França para manifestar contra a Reforma da Previdência aprovada, definitivamente, na terça–feira, 21, após as duas moções contra o presidente Emmanuel Macron serem rejeitadas.

O plano adia de 62 para 64 até 2030 e antecipar para 2027 a exigência de contribuir por 43 anos (e não 42 como agora) para se ter direito à pensão integral. A polícia disparou gás lacrimogêneo em um protesto quando alguns manifestantes atearam fogo em lixeiras e incendiaram uma motocicleta e lançaram fogos de artifícios contra a polícia na praça Place de la Republique.

Os manifestantes têm brincado de gato e rato com a polícia em cidades da França desde a semana passada, colocando fogo em lixeiras e barricadas enquanto a polícia respondia com gás lacrimogêneo e atacava os manifestantes.

A decisão de Macron e da primeira-ministra Élisabeth Borne de impor seu plano sem submetê-lo à Assembleia Nacional (Câmara Baixa), onde temiam perder – eles se apoiaram no artigo 49:3 da Constituição e descartaram o voto dos deputados -, desencadeou uma onda de protestos espontâneos, às vezes violentos, desde a última quinta-feira. O presidente francês pretende usar uma entrevista na TV na quarta-feira, 22, para “acalmar as coisas” e planejar reformas para o restante de seu mandato, disse uma fonte que participou de reuniões entre Macron e aliados importantes.

O líder francês está tentando recuperar a iniciativa com novas reformas nas próximas semanas, depois que seu governo sobreviveu por pouco a uma moção de censura na segunda-feira devido a um impopular projeto de lei de pensão, disse a fonte. Alguns, no próprio campo de Macron, o alertaram contra continuar com os negócios, como sempre em meio a protestos violentos e greves contínuas que representam o desafio mais sério à autoridade do presidente de centro desde a revolta dos “coletes amarelos” quatro anos atrás. Em reunião com seus aliados, Macron já antecipou que não reformará seu governo, não dissolverá o Parlamento, nem submeterá sua reforma a referendo, segundo relato de um dos participantes.

Autor: Jovem Pan

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